Dia (5 e 6) 7 - Woman #HeForShe

Se o mundo de hoje nos pedisse para sermos menos mulheres para atingirmos objetivos profissionais muitas de nós faríamos isso. Não quero dizer que eu não faria, muito provavelmente seria sim capaz de o fazer, porque, como qualquer ser humano, independente de género, eu quero a minha carreira profissional, eu quero o meu sucesso profissional. A questão não seria o que somos capazes de fazer, até porque é ótimo sermos capazes de fazer e lutar por determinados objetivos. A questão estaria relacionada com o objetivo! Se eu sou capaz de ser menos mulher para ganhar o mesmo que um homem, porque eu não sou capaz de ser e afirmar que sou mulher e lutar para ganhar tanto como um homem?

Oh não, la vem mais uma feminista! Sim. E não. 

Não sei quando é que a palavra ganhou um conceito tão pesado. Nem me lembro de quando começou a ser anti-homem. Ser feminista, para mim, e acredito que na própria definição da palavra, não vem nada sobre odiar os homens, ou, ser superior aos homens. Aliás, por curiosidade, vamos ver o que diz a definição: sistema dos que preconizam a igualdade dos direitos da mulher e do homem (in http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/feminismo). Então, e baseado no que a definição diz, ser feminista não é odiar homens, ou querer ser superior a eles. Simplesmente é dar tanto ao homem, quanto à mulher, os mesmos direitos, em vários sentidos. Sim, porque neste mundo atual o homem também sofre com certas atitudes castradoras. Quantas vezes já não ouvimos dizer "Um homem não chora!" ou "Homem que é homem aguenta qualquer coisa!", ou até "Se fosses homem não te comportavas como uma menina". 

Mas afinal o que tem uma menina de tão horrível para um homem não se poder comparar a ela? E porque muitas vezes somos chamadas de "Marias-rapaz"? Porque as cores são definidas de acordo com o género? E os desportos também? Afinal, quantos de nós já não vimos ou sabemos de alguém que desistiu de determinada coisa, porque era muito masculina para ela, ou feminina para ele?

Desengane-se quem acha que no mundo atual só a mulher sofre.

Aliás, como tudo que é ligado ao homem, é abafado. O homem não pode chorar, o homem não pode mostrar os seus sentimentos, o homem que é homem tem de ser agressivo a falar e direto. Não há cá meias palavras ou gestos mais simpáticos. 

E o pai? Será que é dado valor ao pai? Tanto como à mãe?

Do mesmo jeito que as mulheres não tem uma igualdade perante os homens, estes últimos também não a detêm. E este sistema está de tal modo impregnado na nossa mentalidade que chega a ser estranho quando vemos uma mulher que é trolha ou um homem que é empregado de limpeza! Ou ainda quando dão de presente uma barbie a um menino e um carro a uma menina! Sim, confessem lá que não fizeram uma cara um bocado estranha ao ler isto? Pois é.

Ser feminista, para mim, é lutar por uma igualdade de géneros. Não só no meu país, mas no mundo inteiro. No momento não existe um único país que possa dizer que detém igualdade de géneros. 

Falo isto porque sou mulher, mas falo isto porque vejo a situação atual em que estamos. Quero os mesmos direitos por mim, e por os meus familiares, sejam homens ou mulheres. Pelos meus futuros filhos, que na atual sociedade podem ser razão de um futuro despedimento.

Quero poder ser mãe, sem ter de escolher trabalhar ou ser mãe, como quero que o meu futuro marido possa ser pai, sem ter de ser marginalizado por gostar desse papel na vida do filho.

#HeForShe é um projeto que nos fala sobre tudo isto. É um projeto que tem de ser levado a adiante por muitos. E que acredito que vá!

Vejam o vídeo porque realmente vale a pena! Não vão dar conta do tempo passar!

"Se não eu, quem? Se não agora, quando?"

Um muito obrigada a todos os feministas desavisados que fizeram, fazem e irão fazer parte da minha vida!